Nódulos: quando observação é a melhor conduta
O caso abaixo é relatado pela Dra. Laura Sterian Ward (Unicamp) e ilustra bem a importância do trabalho em equipe, com citologistas e ultrassonografistas experientes em tireoide.
Paciente do sexo feminino, 28 anos, assintomática, médica residente da cirurgia. Em março de 2019, durante treinamento prático para ultrassom de tireoide, a paciente realizou uma demonstração em si própria, e o resultado mostrou um nódulo de tireoide medindo 10,3 por 6,4 por 17,1 mm.
Com dimensões grandes, o nódulo tinha aspecto ultrassonográfico preocupante: hipoecoico, com bordas borradas e com uma elastografia vermelha, portanto, um nódulo bastante suspeito e sugestivo de malignidade, conforme pode ser observado nas imagens abaixo.
US inicial – março 2019
US com doppler – março 2019
A paciente foi então submetida a uma PAAF para citologia, mas, surpreendentemente, o diagnóstico foi de uma tireoidite subaguda. A citologia foi feita pela Dra. Icléia Siqueira Barreto, do Laboratório de Genética Molecular do Câncer (Gemoca) da Unicamp, que tem vasta experiência em tireoide. O caso também foi acompanhado pelo Dr. Higino Steck, cirurgião de cabeça e pescoço.
Conduta: seguimento com observação sem intervenção medicamentosa.
Em agosto de 2020, foi repetido o ultrassom, que mostrou uma tireoide normal, homogênea, sem nenhum nódulo, portanto, houve a regressão da tireoidite subaguda. A paciente se manteve assintomática e sempre com níveis hormonais normais. “Muitas vezes, na prática, a melhor forma de tratar problemas da tireoide é com a observação”, pontua Dra. Laura.
Elastografia – março 2019
Tireoide normal – 2020
Restitutio ad integrum da tireoidite
Dra. Laura Sterian Ward – clique para ver o CV Lattes
Comments
Artigos excelentes e oriundos de quem ampla vivência.
Obg mesmo