Ecos do ATA 2022: Metimazol de longo prazo na doença de Graves: sim ou não?
Em mesa moderada pelos especialistas David Cooper e Rokshana R. Thanadar, Dr. Adriano Namo Cury (Santa Casa) participou ao lado do Dr. Marius Stan do debate “Metimazol de longo prazo na doença de Graves: sim ou não?” durante o 91º ATA 2022.
A proposta foi abordar o uso da medicação em doses menores e prolongadas ou alternativas para tratamento da doença de Graves, que acaba sendo a iodoterapia ou a cirurgia que corresponde à retirada total da tireoide.
Produções científicas de especialistas em todo mundo indicam que o uso do metimazol em dose mais baixa e por tempo mais prolongado que o recomendado – normalmente a recomendação é de uso de 18 a 24 meses, em média – pode levar à remissão da doença. Essa taxa de remissão costuma ser por volta de 40% a 50.
Uma vez que o tratamento com metimazol é interrompido, a doença de Graves tende a ter uma reativação.
Neste debate, o endocrinologista brasileiro fez um contraponto e trouxe evidências de que, embora seja possível fazer o uso do medicamento em doses baixas por tempo prolongado, além dos 18 a 24 meses, há casos específicos em que a terapia definitiva é o caminho mais indicado, ou seja, a cirurgia.
E que casos são esses? Os pacientes idosos, cardiopatas com arritmia ou com qualquer possibilidade de doença cardiovascular. “Especialmente em pacientes mais idosos, é necessário evitar a variação dos hormônios tireoidianos e ter cautela, pois o hipertireoidismo não controlado, ou com variações de controle da doença, tem íntima relação com risco cardiovascular”, diz Dr. Adriano, que esteve ao lado do “Não” no debate.
Durante a ocasião, houve destaque para os novos tratamentos da doença de Graves, que estão com os estudos bem avançados. No futuro, os pacientes terão outras alternativas de tratar a doença, que vão além metimazol, cirurgia ou iodoterapia.
A participação brasileira durante o ATA 2022 foi um dos pontos altos do evento.
Adriano Namo Cury — clique para ver o CV Lattes
imagem: iStock
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